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ISAÍAS 59:4-19


O profeta Isaías desenvolve o seu ministério em um tempo muito difícil em Israel: havia uma corrupção no país e, principalmente no meio religioso, onde Deus denuncia o culto abominável (Isaías 1). Este capítulo 59, fala sobre o pecado de uma forma poética e proverbial, talvez para que o povo pudesse entender a gravidade que é se amoldar ao pecado e criá-lo como um filho. É como se Isaías dissesse ao povo: "deixa eu desenhar para vocês sobre o que é acarinhar o pecado, já que vocês ainda não entenderam o real perigo disso".


Então explica que os homens planejam e executam propósitos e práticas perversos, por meio dos quais a destruição repentina e segura é trazida sobre eles e os outros. Ele usa a figura da serpente, sendo um tipo usado para qualquer criatura venenosa, significando, por meio desses ovos, desenhos maliciosos e, ao incubá-los, colocá-los em prática. Em vez de esmagá-los com o pé e destruí-los, eles se esforçaram para chocá-los e produzir uma raça de répteis venenosos.


Nada pode descrever com mais força o caráter perverso e os planos dos pecadores do que a linguagem usada aqui: planos que são tão perniciosos, repugnantes e odiosos quanto as serpentes venenosas que espalham morte, ruína e alarme por toda parte. A frase "aquele que come de seus ovos", ou seja, aquele que conversa e se junta a eles em seus desígnios perniciosos e participa de seus frutos é seduzido por erros e vícios destrutivos ou envolvido na sua ruína. E o que "é esmagado" para que possa ser comido, irrompe em uma víbora. Uma víbora venenosa procede dela. Quanto mais alguém participa de seus conselhos, mais ele é infectado, um veneno mortal está impregnado neles.


Quando ele aborda o "tecer a teia de aranha", outro discurso proverbial, pelo qual é significado, tanto como por suas tramas eles teceram redes, armaram armadilhas industriosamente, com grande esforço e artifício, para aprisionar ou emaranhar os outros e também como seus desígnios não dariam em nada, já que a teia de aranha logo é varrida. Embora sejam finamente trabalhadas, ainda são muito finas e fracas para ter qualquer utilidade; isto é, seus artifícios e projetos profundos não os beneficiarão. Suas obras são obras de iniquidade, obras de injustiça, por meio das quais eles entristecem, irritam e ofendem seus irmãos. Eles se exercitam em todos os atos de violência e opressão. Pessoas que formaram planos destinados a agarrar e destruir os outros, como as aranhas tecem sua teia com o propósito de capturar e destruir insetos.


A igreja de Cristo corre o mesmo risco, o mesmo perigo de "chocar ovos de serpente" e "tecer as teias de aranhas", quando se desvia do evangelho puro e verdadeiro que é o próprio Cristo e carrega em seu bojo uma teologia liberal, ideologias humanas e de viés marxista e interpreta como uma "chave importante" no diálogo para com a sociedade pós-moderna.


A igreja só tem um instrumento de diálogo e já fazem 2000 anos: o puro evangelho de Cristo! A exceção deste evangelho, caso uma igreja queira usar de uma outra teologia, que não seja a do Cristo, seja considerado anátema, conselho dado pelo próprio Apóstolo Paulo (Gl 3:1). Quando um teólogo ou uma congregação cristá perde a visão Cristocêntrica da vida, aceitando o aborto como prática importante, a ideologia de gênero como regra normal da vida e outros desvios desta natureza, está tornando o pecado como um filho do qual o cria com muito carinho, mas que, no final, vai acabar por destruí-lo.


O Dr. Martinho Lutero dizia que "não podemos impedir que um pássaro pouse em nossas cabeças, mas podemos impedi-lo de fazer um ninho". O pecado está aí e nós não podemos evitá-lo, até porque Deus nos oferece algo maior que o pecado: o evangelho! O evangelho é o único poder que tira as trevas dos homens e os homens das trevas. Portanto, vamos cuidar com os "ventos de doutrina" (Ef 4:14), geralmente eivado de pecado e mal.


Que a igreja do Cristo viva em constante arrependimento e santidade diante dEle. Que Deus nos ajude. Amém!

P. Iran Goes

Igreja Luterana Livre

Campo Mourão - PR

 
 
 

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