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“Hier stehe ich  

und kann nicht anders.

Gott helfe mir, Amen!” 

"Aqui estou e outra coisa não poderia fazer.

Que Deus me ajude, Amém!

Nota Pública da Associação Luteranos Herdeiros de Worms

Réplica ao Texto de Walter Altmann

- Facebook – 08 de Fevereiro de 2021 -

           

A Associação Luteranos Herdeiros de Worms emite esta Nota Pública em réplica a um texto publicado no Facebook, no dia 08 de Fevereiro de 2021, pelo P. Emérito Dr. Walter Altmann, que pode ser acessado no link abaixo:

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10208221253924574&id=1699163351

Walter Altmann inicia a sua narrativa com a afirmação de que “a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) atravessa um "momento difícil"”. A pergunta que se impõe é pela causa (ou causas) desse "momento difícil" e, também, pelas pessoas responsáveis por essa situação.

A narrativa de Altmann se apresenta como tentativa para responder a essas questões. Em jogo está a identidade da igreja luterana (na visão de Altmann).

Altmann prossegue com a narrativa elencando "duas características da IECLB", a saber:

a) sua "intencionalidade de lidar de maneira positiva e respeitosa com diferenças no seu interior";

b) seu "compromisso ecumênico".

Poderíamos nos alongar em expor detalhadamente as falsas premissas dessa narrativa. Mas, para não cansar os leitores, vamos resumir tal exposição feita por Altmann e colocar contrapontos.

Altmann argumenta, colocando as diferenças existentes no interior da IECLB como sendo no "campo ético". Essa percepção de Altmann está equivocada. As diferenças no "campo ético" são apenas consequência. As diferenças tem sua origem no campo teológico.

Vejamos:

1) A falta de compromisso com os absolutos teológicos, traz como consequência prática a relativização no "campo ético".

2) A falta de compromisso com os fundamentos da Reforma (os solus), transforma o "campo ético" num espaço desvinculado de critérios constantes, impossibilitando o legítimo exercício do julgamento teológico em situações variáveis.

Diante desse quadro,  o intérprete é alçado à condição de autoridade que está acima do que, de fato, está escrito. Dessa forma o intérprete recebe uma credibilidade indevida, tornando-se usurpador. Quanto a isso, Lutero diria: "Mas quem seria tão estúpido em acreditar mais no intérprete do que na Escritura Sagrada autofalante?"

Consideramos ser de extrema relevância a observação da chave hermenêutica básica na interpretação das Sagradas Escrituras, ou seja: "Scriturae Sacrae sui ipsius interpres" ou “A Escritura Sagrada se interpreta com a própria Escritura Sagrada.”

Quanto a questão do "Compromisso ecumênico" da IECLB, listado por Altmann, afirmamos que este compromisso não pode ser efetivado sacrificando-se a verdade e relativizando a Palavra de Deus.

Em várias situações, são sacrificados ensinamentos bíblicos claríssimos e doutrinas teológicas fundamentais no altar do "compromisso ecumênico". O preço a ser pago pelo diálogo inter-religioso não pode ser o de negação da própria fé.

"A unidade feita fora da verdade é uma unidade falsa", conforme no link abaixo, que expõe mais detalhadamente a questão, em especial a questão da falácia do irenismo:

https://m.youtube.com/watch?v=tgYIJMBXQX4&feature=share

Altmann prossegue com a sua narrativa afirmando que “a IECLB e as pessoas que ocupam funções de Direção na IECLB sofrem "ataques" por parte de membros e ministros.” Diante dessa narrativa, Altmann precisa definir melhor o que considera "ataques". O ato de cobrar atitudes de coerência das pessoas que respondem pela Direção na IECLB, conforme registrado nos Documentos Normativos, não pode ser considerado como sendo "ataques".

É necessário entender que mostrar os fatos não representa um ataque, mas alertar as bases, dar ciência. Não podemos ignorar que as ações isoladas ou conjuntas de líderes da IECLB, permitiram errar a mão e provocar revolta e indignação nas comunidades e paróquias.

Os membros, por muito tempo, calaram-se ou ignoravam o que acontecia no seio da igreja, muitas vezes até porque os párocos locais engavetavam informações e dados (não todos), evitando que os membros tomassem conhecimento.

As pessoas que ocupam posições de liderança na IECLB não representam a si mesmas. Representam, isto sim, os membros, que são a base da IECLB. Portanto, a cobrança da observância rigorosa dos Documentos Normativos da IECLB é lícita, desejada, salutar e justa.

Dando sequência à narrativa, Altmann enfatiza que os ministros que assinaram a petição pelo impedimento do Presidente Jair Messias Bolsonaro, o fizeram procurando "honrar o evangelho que pregam". A pergunta que se apresenta ao Altmann, nesse caso, é: a qual "evangelho" honram?

Bem pode ser um "outro evangelho" ou um "falso evangelho", fruto de interpretações particulares e de teologias adjetivadas (a exemplo do que está exposto no vídeo, referente a aspectos da ideologia da Teologia da Libertação):

https://www.youtube.com/watch?v=o2HglmaKhws

E quando o fazem, como ministros ordenados, isso é ainda mais lastimável e exige que tais ministros sejam denunciados, sim, bem como expostas as suas atitudes tão prejudiciais à unidade da Igreja.

Na sequência, Altmann faz referência à pessoa do Presidente e Vice-Presidente da Associação Luteranos Herdeiros de Worms, afirmando que estes se posicionaram anteriormente, em diversas ocasiões, "contra posicionamentos oficiais da Igreja ou de algum de seus dirigentes". Pergunta-se ao Altmann: Quais seriam esses "posicionamentos oficiais" que não nos foram apresentados?

Sobre este quesito, é preciso que se deixe claro que o teor da Carta da Presidência da Associação Luteranos Herdeiros de Worms não representa a opinião pessoal dos signatários da carta, mas representa a opinião de uma organização formada para justamente apontar e auxiliar as comunidades e paróquias a identificar os desvios de algumas várias lideranças da igreja, o que, obviamente, não se refere a totalidade das lideranças.

A indignação representada nas palavras da Carta da Presidência representa a indignação de centenas de membros de diferentes localidades, que procuraram a Associação Luteranos Herdeiros de Worms, talvez por não terem conseguido ter atendidas as suas demandas no seio da comunidade, paróquia, sínodo ou igreja.

Uma das maiores demandas da associação é exortar estes membros a não se desligarem da IECLB.

É fato que as pessoas que ocupam funções de Direção na IECLB estão sendo coniventes e acobertam graves infrações na vida da instituição (defesa da "ideologia de gênero", descriminalização do aborto, por exemplo, entre outros).

As manifestações oriundas da base da Igreja escancaram essa realidade. Ademais, se os membros estão sendo desrespeitados e silenciados em suas expectativas e anseios e, se a única alternativa que lhes resta é de ordem financeira, interditar e impedir essa alternativa última é prática injusta e de caráter tirânico. Quem dará voz a esses membros, estando a estrutura da IECLB aparelhada e patrulhada, a exemplo do artigo onde ora apresentamos o contraponto/réplica?

Nesse sentido, o ato de solicitar a desfiliação da IECLB do CONIC não pode ser considerado ato infracional. Ainda mais se forem consideradas as aberrações contidas no texto motivador da próxima Campanha da Fraternidade.

Quanto à questão do envolvimento do CONIC em questões político-partidárias, parece tão óbvio que não carece de maiores explanações.

Ainda que não se possa demonstrar a filiação politico-partidária dos 380 que assinaram a petição, parece evidente que a adesão se dá, no mínimo, por opção político-ideológica. Sendo assim, resulta que a atuação desses ministros não se harmoniza "com o devido resguardo do seu ministério" (conforme artigo 44 do Estatuto do Ministério com Ordenação).

 

No assunto da crise sanitária, Altmann também comete equívocos. Novamente os fatos atestam que Altmann parece desconhecer os fatos e desenvolve sua narrativa, eivada de argumentos que não condizem com a realidade.

Vejamos alguns dados, com base no site worldmeters.info, com base na posição de 11 de Fevereiro de 2021. O worldmeters acompanha os dados de 219 países e trás dados bastante interessantes, mas, obviamente, não na disposição com que muitos veículos de comunicação brasileiros apresentam, cujo objetivo é deixar a população aterrorizada, apresentam.

Considerando que a apresentação dos dados tem por objetivo tão somente demonstrar que a narrativa de que o Governo Federal está sendo inerte à Pandemia e, portanto, é acusado de ser o responsável pelas centenas de mortes e milhões de casos não procede e não condiz com a realidade, vamos nos ater a apenas alguns países, com o objetivo de demonstrar que a situação brasileira é menos desconfortável do que a de tantos outros países, ainda que não se possa considerar algum conforto no cenário de uma pandemia, em qualquer país do mundo.

Covid-19 FEV2021.jpg

O Brasil teve 4,59% da sua população com caso de Covid-19 registrado. Destes, 88,47% dos casos se recuperaram, sendo que 0,11% da sua população e 2,43% dos casos registrados foi a óbito .

Estes dados raramente serão encontrados dispostos desta forma. É preciso cruzar dados estatísticos para chegar a estas conclusões. Obviamente, a mídia não apresenta os dados dispostos desta maneira, mas apresenta dados que, embora não sejam inverídicos, tem a pretensão de criar uma visão de terror para a população.

A mídia usa uma estratégia denominada “indução ao erro”, cujas características não cabe detalhar aqui, mas que levam a grande massa da população a se orientar pelas manchetes e matérias, embora este comportamento venha se reduzindo significativamente, com informações disponibilizadas na internet e nas redes sociais.

E é esta apresentação de terror que foi usada para embasar o pedido de impeachment, apresentado por quase 400 religiosos, entre eles, vários vinculados à IECLB e desta maneira apresentados, para justificar, entre outros argumentos com embasamento muito fraco, o pedido de impeachment de um governante eleito democraticamente pelo povo.

Seguindo a sua narrativa, Altmann volta a repisar em questões já citadas anteriormente. Em seguida, aborda a questão da autoridade e levanta algumas perguntas retóricas, cujo teor entendemos não ter relevância para a presente reação.

No entanto, Altmann finaliza a questão da "autoridade", citando a Constituição Federal  de 1988, em seu primeiro artigo, onde está explicitado que a "autoridade maior em nosso país é o povo", ainda que delegue essa autoridade para seu representante.

A isso respondemos que, sendo assim, não será um grupo pequeno de signatários de uma petição de impedimento, sem representatividade e sem uma causa justificável, que poderá tomar o lugar do povo. A Associação Luteranos Herdeiros de Worms está atenta e denunciando essas manobras, compartilhando-as com a Direção da IECLB e, onde necessário, trazendo-as à público como sinal de alerta.

Walter Altmann procura afirmar, ainda, sua narrativa, alegando a ausência de manifestações da Associação Luteranos Herdeiros de Worms acerca de supostas falhas do Presidente relativas ao combate do Covid-19. Ora, os fatos falam por si. As ações e os números/estatísticas são a maior evidência e colocam em total descrédito a narrativa do Altmann e sua tentativa de defender os signatários da petição que pede o impedimento do Presidente.

Para não nos alongarmos nesta réplica, com dados importantíssimos, mas que certamente tornariam a leitura desta um tanto extensa, basta mencionar que, em 2020, foram gastos R$ 524 Bilhões para o combate à Covid-19, pelo Governo Federal. Em 2021, já são R$ 2,9 Bilhões, até o dia 12 de Fevereiro.

Os dados detalhados estão em um portal do Governo Federal público e acessível a qualquer interessado, no site:

https://www.tesourotransparente.gov.br/visualizacao/painel-de-monitoramentos-dos-gastos-com-covid-19

Com isso, está respondida a questão apresentada, acerca de Lutero, relativa a nos opormos a autoridade. Os fatos estão expostos e publicados na aba "Palavra do Presidente", no site www.herdeirosdeworms.com.

Sendo assim, portanto, é gratuita e infundada a tentativa de Walter Altmann em desqualificar os fatos.

A insistência em calar a voz que vem das bases da IECLB, alegando, erroneamente, não ser essa voz de "confessionalidade luterana", demonstra, inequivocamente, que Altmann está se opondo a "livre pregação do evangelho", que afirma defender e somando a sua voz a tantos outros que procedem de maneira idêntica. Diga-se, de passagem, pelo seu status na trajetória da IECLB, vários dos seus seguidores aplaudem suas palavras, por vir de quem vem, mas certamente não comparam com dados de fato e indicadores que são públicos, comportamento que é comum na população brasileira e, porque não, mundial.

 

Caminhando para a conclusão, Altmann cita os "diferentes tipos de pregadores", na visão de Lutero. Diante da apresentação feita por Altmann, fica a dúvida: com qual descrição de pregador Altmann se reconhece e se identifica?

Lendo alguns dos artigos do escritor cristão Júlio Severo, podemos ter uma noção do perfil de Walter Altmann e pautas que defende. Novamente, não vamos aqui detalhar e aprofundar sobre estes artigos. Eles são públicos na rede internet.

 

Na conclusão, Walter Altmann cita a passagem bíblica de Mateus 6:33: “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. No horizonte está a busca pelo Reino de Deus e Sua justiça. A essa passagem acrescentamos outra, anterior, e que está  em Mateus 5:20, onde lemos : "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus". Essa palavra do Senhor e Salvador Jesus Cristo não se caracteriza como sendo adiáfora. Mas, ressalta a seriedade com a qual o Senhor da Igreja nos adverte acerca da vida comum no campo da fé cristã!

Essa é a posição oficial da Associação Luteranos Herdeiros de Worms.

 

Petrópolis, 13 de Fevereiro de 2021.

 

Marcos Carneiro                               Ademir Kreutzfeld     

Presidente                                          Vice-Presidente

 

Para fazer o download do documento da réplica, clique aqui...

Para ler a íntegra do texto de Walter Altmann, clique aqui...

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