Carta Aberta aos Irmãos da IECLB

- Após as Eleições da IECLB e Eleições Gerais no Brasil - 

 “Porque o meu povo é gente falta de conselhos,

e nele não há entendimento. Tomara fossem

eles sábios! Então entenderiam isto e

atentariam para o seu fim.

”

Dt.32 v 29

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Prezados irmãos em Cristo Jesus,

Chegamos ao final de dois momentos importantes nas nossas vidas, como cidadãos e como cristãos e luteranos. Enquanto cidadãos, encerraram-se ontem as eleições gerais para Presidente da República, Deputados Federais e Estaduais, Senadores e Governadores Estaduais, ao encerrar o Segundo Turno, ainda com as votações para Presidente da República e Governador Estadual, em vários Estados.

Os dados estatísticos da IECLB – Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil apontam que 88,3% dos Luteranos estão na Região Sul do Brasil, ao passo que os dados estatísticos do TSE – Tribunal Superior Eleitora apontam que 32% dos votos do sufrágio ocorrido ontem, para Presidente da República, no Sul do Brasil, foram para o PT – Partido dos Trabalhadores, partido que representou a esquerda nestas eleições.

Uma semana antes da realização do XXXI Concílio da Igreja, que terminou no dia 21 de Outubro – Domingo, emitimos uma Carta aos Conciliares, contendo admoestações e recomendações quanto à necessidade de trazermos de volta a IECLB para Cristo, o cabeça da Igreja, e às Sagradas Escrituras, fonte única para o conhecimento daquilo que Deus espera dos cristãos, aos quais Jesus chama para serem SUAS TESTEMUNHAS.

Não é de hoje que a IECLB vem se desviando de Jesus Cristo e da missão primordial da Igreja que é a de pregar o arrependimento, a aceitação de Jesus como o único salvador e caminho para a vida eterna nos céus, o resgate final de Deus às suas criaturas, oferecida por graça e por fé, a todo aquele que nele vier a crer, mostrar arrependimento dos pecados e viver uma nova vida com Ele.

O discurso que a IECLB vem pregando nos últimos 40 anos, de opção pelo bem estar do corpo, através de caminhos ideológicos não baseados nas Escrituras Sagradas, mas sim em filosofias humanas, que pregam regimes onde o Estado será o provedor do bem estar material de todos, levou a minguar o número de membros.

Éramos 700 mil em 1970, quando o Brasil tinha 70 milhões de habitantes. Hoje somos em torno de 650 mil, tendo o Brasil 210 milhões de habitantes. Somos apenas 1/3 do que éramos desde que deixamos de pregar a salvação eterna e passamos a defender a luta de classes e o discurso enganador de que, se Jesus mandou amar ao próximo, já não vale nada as suas palavras registradas em Mateus 4:17, que dizem “Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”.

O discurso do bem estar material é sucedâneo da Teologia da Prosperidade. O reino de Deus é nesse mundo, exatamente o contrário do que afirmou Jesus, perante o imperador romano, ao dizer: ”O meu reino não é desse mundo! Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.

O texto que serve de ilustração para essa carta aos que irão dirigir a IECLB pelos próximos quatro anos vem de Moisés, pouco antes de sua morte. O texto alerta ao povo de Israel, para que voltem a seguir os mandamentos divinos. Depois de tudo o que viveram nos 40 anos de travessia do deserto, ainda assim estavam preferindo seguir a deuses falsos, pagãos, oferecendo-lhes até oferendas e orações e Moisés, então, é claro ao dizer que eles perderam o entendimento divino e por isso encaminhavam para seu fim.

É exatamente esse o nosso apelo aos novos conselheiros e dirigentes da IECLB. Voltem o vosso olhar para as bases da reforma e tenham apenas como normas aquilo que representar Cristo, as Sagradas Escrituras, a salvação da alma, por intermédio da aceitação de Jesus Cristo como salvador pessoal e que nos legou essa salvação independente de nossas obras. As boas obras são as marcas naturais, voluntárias, que brotam da fé genuína, pois ela deve ser como uma árvore viva e fecunda, repleta de frutos. (Martinho Lutero). A caridade, a busca do pecador perdido, o anúncio do evangelho, que exige uma mudança de vida e abandono das práticas pecaminosas, principalmente “aquele pecado predileto”, são marcas daqueles que aceitaram a Cristo. Ele aceita os pecadores e “apaga” seus pecados passados, mas exige compromisso com Ele. O apóstolo Paulo exorta em 2º Co 5:17: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; e as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”.

O que os Herdeiros de Worms, aqui representando milhares de fiéis da IECLB que tem demonstrado seu descontentamento nas redes sociais ou, lamentavelmente, simplesmente abandonando a Igreja, esperam dessa nova direção, com mais de 50% dos membros dos conselhos renovados, é que a IECLB volte a pregar tão somente o evangelho da salvação eterna. Que voltem a colocar Cristo como o único orientador das ações da igreja. Que seu evangelho puro, pelo qual lutou e arriscou a própria vida nosso reformador Martin Lutero, isento de todo sopro de novas doutrinas humanas volte a prevalecer e possamos nos orgulhar de sermos a “Igreja da Palavra”. Todo sopro de doutrinas humanas que apontam para ideologias que se chocam claramente com os ensinamentos bíblicos deve ser abandonado. É preciso que Jesus Cristo cresça e todos esses filósofos do marxismo, do gramscismo, etc., desapareçam da doutrina da igreja. Só Cristo!

A prática da caridade, das boas obras que resultam da fé em Cristo deve obedecer aquilo que está nas Escrituras Sagradas como encontramos em 1ª Tm 5:8”Ora se alguém não tem cuidado dos seus, e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. Recomendação esta repetida em Gl 6:10: ”Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé”. Porque irmos ao encontro de movimentos populares que almejam por terras e moradia se existem milhares de irmãos na fé na mesma situação? Quantos irmãos na fé tem necessidade de uma alimentação digna? Porque aplicar nossos recursos prioritariamente com participantes de movimentos sociais ligados a partidos políticos e não à IECLB? Porque financiar seminários para a divulgação de filosofias humanas contrárias ao evangelho e não aplica-los na missão de divulgação do evangelho de Jesus Cristo? Uma vez satisfeitos os da família da fé devemos sim ir ao encontro daqueles que estão fora. Mas leva-los o evangelho de Jesus Cristo, fazê-los conhecer a verdade que liberta e dá a vida eterna é a forma de leva-los ao arrependimento, aceitar Jesus Cristo como seu salvador pessoal e incluí-los na família da fé, onde participarão de todos os benefícios de ser um cristão.

Esse, portanto é nosso apelo aos que irão dirigir a nossa querida IECLB nos próximos anos. Recoloquem Cristo como cabeça. Sigam exclusivamente as Escrituras Sagradas e as confissões luteranas. Retirem todo esse lixo filosófico que não vem da Bíblia e pratiquem a pura fé cristã que emana das Sagradas Escrituras, na certeza de que a igreja voltará a crescer porque essa é uma promessa de Deus. Voltem a ter entendimento e redescubram a verdade. Lembrem-se de que vocês são os maiores responsáveis junto a Deus em manter a verdade que é ensinada ao povo da IECLB e que o juízo de Deus para vocês será maior.

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"Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres,

sabendo que havemos de receber maior juízo."

(Tg 3:1)

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Tenham a certeza de que esse é o único caminho. Nosso apelo é o mesmo de Paulo aos Hebreus:

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“Guardemos firme a confissão da esperança, sem vascilar, pois

quem fez a promessa é fiel.”

Hb 10:23

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Petrópolis, 31 de Outubro de 2018

Aniversário de 501 da Reforma Luterarna

Associação Luteranos Herdeiros de Worms

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