

“Hier stehe ich
und kann nicht anders.
Gott helfe mir, Amen!”
"Aqui estou e outra coisa não poderia fazer.
Que Deus me ajude, Amém!
Carta Aberta Sobre as Eleições Para Presidente
da República no Brasil
“Como é feliz a nação
que tem o Senhor como Deus,
o povo que Ele escolheu para Lhe pertencer!”
Salmos 33.12
Prezados irmãos em Cristo Jesus,
A Associação Luteranos Herdeiros de Worms é uma agremiação de cristãos de confissão luterana, que zelam pelo testemunho evangélico da salvação por graça e fé e, como discípulos, desejam cumprir o mandato missionário dado por Jesus, tendo por referenciais únicos Solo Christus (Somente Cristo), Sola Fide (a fé), Sola Scriptura (as Sagradas Escrituras) e Sola Gratia (a Graça), para a Glória única de Deus (Solo Deo Gloria).
Estamos em época de eleições. Tendo passado o primeiro turno, ainda temos eleições para Presidente da República e Governador Estadual em alguns Estados.
Todo período que antecede as eleições é um período conturbado, com ânimos exacerbados, agressões verbais e até físicas e desavenças entre irmãos, divididos pelas preferências partidárias.
Com as palavras encontradas em Salmos 33.12, destacadas no início desta Carta Aberta, gostaríamos de levar os cristãos à reflexão, para a responsabilidade da sua escolha e do seu voto.
Enquanto cristãos, não podemos e não devemos nos deixar levar por propostas que atentem frontalmente aos princípios cristãos. Lamentavelmente, estamos diante de propostas que atacam os nossos princípios. Estarrecidos ficamos, ao perceber que em nossa igreja, estas teses avançam e visam trazer um novo evangelho, lastreadas por teses marxistas e gramscistas.
Nos últimos anos, sutilmente, as igrejas cristãs têm recebido esta infiltração lenta e gradativa de defensores destas teses que, a partir de um discurso de bem estar e de apoio aos pobres, avançaram para dentro das comunidades, paróquias, sínodos e entre os diversos setores de trabalho da igreja.
Não bastasse, aliaram-se a este movimento, o movimento LGBT e suas variações, o movimento Queer e outros, cujas bases não se aproximam em nada com as bases cristãs e luteranas.
Como cristãos, é justo o respeito por homossexuais, pelos pobres, pelos sem terra e sem teto, pelos negros, índios e outras etnias marginalizadas. O que não nos é permitido, é que as igrejas se transformem em espaço para movimentos partidarizados e movimentos que usem de conceitos alheios às bases cristãs e luteranas e que usem os homossexuais, os pobres, os sem terra e sem teto, índios, negros e etnias marginalizadas, para satisfazer suas demandas, avançando sobre a sociedade.
Foi com este viés de um discurso voltado para as classes pobres e para os marginalizados pela sociedade, que passamos a ouvir discursos de lideranças eclesiásticas, defendendo a descriminalização do aborto, alegando injustiça na prisão do ex-Presidente Lula (atualmente cumprindo pena, depois de condenado em 1ª instância, na Justiça Federal, com a condenação confirmada pelo TRF4 a recursos negados nos tribunais superiores), além de movimentos de inclusão, defendendo o casamento entre pessoas do mesmo sexo na igreja e a ordenação de homossexuais, enquanto a igreja silencia sobre os desvios cometidos pelas lideranças que, sob o título de pastores ou pastoras, afrontam os normativos da igreja e as vedações do EMO – Estatuto do Ministério com Ordenação.
Não podemos mais nos calar e urge que os resultados das eleições de 2018 tragam novos rumos, novos dirigentes e lideranças, alinhados com os princípios cristãos e que tragam a harmonia de volta aos lares e à sociedade.
“Jesus disse aos sacerdotes de seu tempo: Ninhada de cobras venenosas!
Como é que vocês podem dizer coisas boas se são maus? Pois a boca fala do
que o coração está cheio.”
(Mt 12.34)
A Associação Luteranos Herdeiros de Worms se pronuncia, por intermédio desta Carta Aberta, para trazer subsídios a serem avaliados pelos cristãos-luteranos, na escolha do candidato a Presidente da República e candidato a Governador, onde houver 2º turno:
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Precisamos lideranças alinhadas com os princípios cristãos, em uma nação com diferentes denominações religiosas, mas afinadas com as bases cristãs, ainda que também dialogue com denominações religiosas não-cristãs, mas que não defendam posições e rituais não aceitos pelo cristianismo;
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É preciso atentar para os Programas de Governo, avaliando o candidato que se coloca a favor das instituições, independente de serem públicas ou privadas. Nossas comunidades, paróquias, sínodos e a própria Igreja não são entidade públicas, mas são entidades filantrópicas na sua grande maioria e, nesta condição, atendem ao Estado, muitas vezes suprindo a demanda deste, na área da assistência social, da educação e, também, da saúde, além da assistência espiritual, finalidade primeira de todas estas instituições. Se um candidato defende a estatização das organizações, nossas instituições estão ameaçadas;
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A IECLB defende uma Política de Gênero e usa o termo “Justiça de Gênero”. “Política de Gênero” difere de Ideologia de Gênero. O primeiro conceito se refere à discussão de maior igualdade de oportunidades para pessoas do gênero masculino e feminino. O segundo conceito defende que a sexualidade é uma questão cultural e, portanto, defende a livre escolha do gênero pelas pessoas, tese baseada na filósofa feminista e defensora da Teoria Queer Judith Butler e do filósofo marxista Antonio Gramsci, que defende a desconstrução de conceitos, enfraquecendo a família, a escola e a igreja, para ter controle da sociedade e implantar uma revolução cultural comunista. Sutilmente, percebe-se, entre lideranças da igreja, a defesa também de uma Ideologia de Gênero, o que se aproxima das pautas de candidatos de esquerda, com viés marxista. Não é mais possível deixar-se levar por este discurso;
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Recentemente, houve uma discussão sobre a descriminalização do aborto. Abortar é matar, é tirar a vida concebida, ainda que seja nos primeiros dias depois da fecundação. Escolher um candidato, que tem entre as suas pautas a defesa do aborto ou a defesa da descriminalização do aborto é defender quem vai contra os princípios cristãos e contra o 5º Mandamento de Deus: Não Matarás! (No hebraico original: “Não Assassinarás”).
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Como cristãos e como luteranos, não podemos negar nossa origem protestante e fiel aos princípios cristãos. Nossos líderes precisam ter uma vida pregressa livre de acusações que levem a uma investigação ou a uma condenação. Em Ezequiel 18.9, vemos que “O justo age de acordo com as minhas leis e princípios e obedece fielmente os meus mandamentos.” Portanto, candidato a cargo público deve estar livre de investigação, processo criminal ou até estar preso;
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O Brasil é um Estado laico, com base na Constituição Federal. Estado laico é a separação entre a Igreja e o Estado, onde a Igreja não se submete ao Estado e o Estado não se submete à Igreja. Mas, Estado laico não é Estado SEM religião, sendo que a Constituição Federal garante o livre exercício das religiões. Estado Laico não é Estado Laicista. O candidato que sugerir um Estado SEM religião não merece o voto de um cristão;
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Somos uma nação livre e não estatal. Não podemos nos deixar levar pela sugestão de que um governo que proponha estatizar as instituições vá trazer as soluções para a população, especialmente quando sabemos que muitas das nossas comunidades são mantenedoras de instituições educacionais e de saúde. Considerar a estatização ataca frontalmente a sobrevivência destas instituições. É preciso que ocorra a livre concorrência e convivência entre as instituições, independente de serem públicas, privadas, filantrópicas ou comunitárias;
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Para receber o voto de um cristão, o candidato deve respeitar os três pilares mais sólidos da sociedade: a família, a igreja e a escola. Não podemos conceber que um líder no governo defenda a desconstrução destes conceitos seculares.
“Os pecados de uma nação fazem mudar
sempre os seus governantes,
mas a ordem se mantém
com um líder sábio e sensato.”
Provérbios 28.2
Informem-se sobre as propostas dos candidatos e procurem saber se as promessas e planos são exequíveis. Não se deixem levar pelo canto da sereia de candidatos que cumprem facilidades e dizem somente o que o povo quer ouvir, porque está necessitado.
Não se deixem levar por aparências de candidatos, aqueles que, durante o período eleitoral aparecem em celebrações religiosas e, ao sair do templo, agem como pagãos, têm atitudes hereges e jogam fora a Palavra de Deus.
Não se deixem levar pelas notícias maldosas e mentirosas, tão comuns em períodos eleitorais e ampliadas de forma gigantesca, com os recursos tecnológicos e digitais e com as redes sociais tão popularmente utilizadas.
Por fim, lembrem-se sempre de que Deus é nosso norte e não as palavras e promessas dos homens. Escolham seus candidatos com base na Palavra de Deus e farão a escolha certa.
Por meu intermédio os reis governam
e as autoridades exercem a justiça;
também por meu intermédio
governam os nobres,
todos os juízes da terra.”
Provérbios 8:15-16
Petrópolis, 24 de Outubro de 2018
Associação Luteranos Herdeiros de Worms
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