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“Hier stehe ich  

und kann nicht anders.

Gott helfe mir, Amen!” 

"Aqui estou e outra coisa não poderia fazer.

Que Deus me ajude, Amém!

Petrópolis/RJ, 11 de Julho de 2019

Prezada Senhora,

Graça e paz da parte de Jesus Cristo, Nosso Senhor e único Salvador!

 

De acordo com o que lhe prometi, na breve resposta à sua carta fraterna a mim dirigida, iria respondê-la em momento oportuno, após reflexão e oração. O Senhor haveria de me indicar o momento ideal e ele chegou, ao ler a sua Carta Pastoral de Julho/2019.

 

Seguindo a orientação de Tiago (Tiago 1:19), tenho ouvido muito e lido mais ainda, sobre o que ocorre no âmbito da IECLB. Discordo da sua fala, quando acusa as redes sociais. De nada adianta ignorar os novos tempos. Se a IECLB quiser saber o que pensa sua membresia, será por intermédio da leitura das narrativas nas redes sociais. É lá que estão as verdades, nuas e cruas, os corações abertos, sem censura e os fatos.

 

Temos que concordar que algumas pessoas se excedem, sim, mas não no anonimato. Todos têm nome, sobrenome e histórico, o que permite avaliar os traços de personalidade de cada um, sua linha de pensamento, etc.

Fica muito claro, por intermédio das opiniões postadas, que há muita insatisfação na base da igreja, pelo fato dela ter assumido posturas ideológicas conflitantes com as Escrituras Sagradas. A “Teologia do Amor” é falsa, pois faz depreender que Jesus não exige fidelidade e abnegação. São inúmeras as passagens bíblicas e falas dEle mesmo, onde isso fica patente. Um exemplo vem da fala de Jesus, que diz “quem não é por mim, é contra mim. Quem comigo não ajunta, espalha” (Mateus 10:30)  e “antes fosseis quentes ou frios, pois mornos me faz vomitá-los” (Apocalipse 3:15-16), ou ainda “quem não me confessar diante dos homens, eu os negarei perante o pai” (Lucas 12:8). Por último, “quem não deixar pai e mãe por minha causa, não é digno de mim.” (Lucas 14:26).

Abro aqui parênteses para justificar que sempre que eu me referir à sigla IECLB ou usar o termo Igreja, estarei me referindo à Direção da IECLB, como representante maior, dos setores que abrangem fundações, pastorais, seminários, editora e tudo o mais que está vinculado à IECLB de alguma forma.

 

Na sequência, entendemos que seguir a Cristo, significa ser nova criatura e abandonar os antigos procedimentos, arrepender-se, seguir em uma vida de luta diária, para não “pecar mais”, corrigindo a sua vida, com o auxílio de Deus Espírito Santo (2 Co 5:17). Querer dizer aos fieis que serão salvos, mesmo que vivendo a mesma vida de vícios, orgias, licenciosidade, lascívia, é enganá-los. Neste caso, lembro o próprio Tiago, ao alertar aos que se dedicam ao ensinamento na Igreja: “Seremos muito mais cobrados no dia do juízo.” (Tiago 3:1).

                                               “Assim  como,  no meio do povo, surgiram falsos profetas,

                                                 assim também haverá entre vós, falsos mestres, os quais

                                                 introduzirão  dissimuladamente  heresias  destruidoras,

                                                 até  o  ponto  de  renegarem  o  Soberano  Senhor  que  os

                                                resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina destruição.”

 

(2 Pe 2:1)

Na sua Carta Pastoral, ao se referir àqueles que ofendem aos outros irmãos com palavras de baixo calão, dou-lhe plena razão. É inadmissível, mas a boca fala do que o coração está cheio (Lucas 12:34). Cristo já não habita neles. No entanto, não tenho como concordar com a afirmação de que os que contestam os descaminhos da IECLB são eivados de ódio.

 

Há quantos anos a IECLB vem assumindo posturas ideológicas humanas, francamente conflitantes com as Sagradas Escrituras, ignorando um sem número de membros insatisfeitos?

 

Quantos discordam da defesa de teses anticristãs? Quantos ficaram escandalizados com uma pastora que subiu em um palanque, em rede nacional, para defender, em nome dos luteranos da IECLB, um condenado pela justiça que, com sua prática de corrupção, retirou de muitos o direito a um atendimento médico digno, a uma escola de qualidade e à moradia digna?

 

Quantos ficaram indignados, quando uma liderança da IECLB visitou um condenado preso e disse que teria o visitado em nome dos Luteranos para levar solidariedade pela injustiça da condenação?

 

Quantos ficaram indignados com a Pastora Luterana, que foi defender o aborto no STF, falando em nome dos fiéis?

 

Quantos ficaram indignados, ao saber que uma Pastora Luterana arrecadou fundos para reerguer um Centro de Candomblé (culto pagão), que não havia sido destruído por Luteranos, enquanto temos um templo semi-destruído em São Paulo e não há notícias de que houve qualquer ação idêntica para reerguê-lo.

 

Quantos ficaram indignados, quando a FLD levou às barras do tribunal humano, um fiel desempregado, em situação sensível de saúde na família, sendo que, mesmo que a Justiça Criminal não tenha aceitado a ação, não satisfeita, requereu a sentença por danos morais na Justiça Cível e, ainda que o mesmo tenha proposto acordo para encerrar o litígio, ousou requerer uma indenização pecuniária, em valor não disponível para o fiel, sem sequer ter dado a oportunidade para o diálogo fraterno.

 

A indenização só foi paga com a ajuda de outros irmãos que, sensibilizados com a injustiça por parte de um setor vinculado à IECLB, reuniram solidariamente o valor requerido para homologar o acordo que encerraria o litígio. Este assunto foi amplamente divulgado nas redes sociais, especialmente por exigência da FLD, como nota de retratação.

 

Ainda, quantos estão indignados, por saberem que um Professor do Curso de Pós-Graduação da EST – Escola Superior de Teologia, tão fortemente elogiada no passado, pela excelência de sua formação, escreveu dois livros, que são uma afronta aos evangelhos, um deles com o título “Talar Rosa” e o outro, “Vi(ad)agens Teológicas”.

 

Quantos ficaram indignados com a leitura do livro “O Segredo do Milagre”, que nega o nascimento virginal de Jesus Cristo?

Quantos ficaram indignados ao saberem que uma Pastora da IECLB foi buscar apoio do Papa, uma das motivações centrais do movimento da Reforma, para o preso por corrupção no Brasil?

Quantos ficaram indignados ao participarem do CONGRENAJE e verem uma bandeira gay ser empunhada e assistirem livremente às carícias de casais homossexuais e o Movimento Inclusão Luterana adaptar a Rosa de Lutero com as cores do movimento LGBT, fato repetido no último Congresso de Jovens do Sínodo Sudeste?

 

Quantos estão indignados pelo ato da direção da Igreja ter convidado para palestrar no 3.º encontro Nacional de Obreiros a Arcebispa Luterana da Suécia que afirmou à imprensa internacional que Jesus não nasceu de nascimento virginal e de uma só substância com o Pai, concebido pelo Espirito Santo, conforme confessamos dominicalmente no Credo Apostólico e que Jesus não é o ÚNICO caminho, verdade e a vida, o Messias prometido, nosso ÚNICO salvador pessoal, a essência do cristianismo (ver www.gospelprime.com.br/jesus-nao-e-o-unico-caminho-para-deus-afirma-lider-da-igreja-da -suecia/), além de outras declarações do tipo “Deus não deveria ser chamado de Senhor nem de Pai”? O que uma pessoa que nega os fundamentos básicos da fé cristã teria a dizer aos ministros/as luteranos no Brasil, se ela não crê ?

Muitas outras situações poderiam ser aqui relatadas e que causaram e estão causando indignação e contestação no seio da IECLB.

Diante de todos estes relatos e as manifestações contrárias em relação a eles, não tenho como concordar com sua fala de que estas manifestações representam discurso de ódio. Ao contrário, são manifestações de amor à Igreja.

 

João Batista, ao denunciar os erros dos sacerdotes judeus e do Imperador Romano, não o fez por ódio, mas por amor às pessoas, já que afirmava: “arrependei-vos, pois o Reino de Deus está próximo.” (Mateus 3:2).

É isso que vem acontecendo com aqueles que estão levando à base da IECLB esses desvios da fé cristã e das Confissões Luteranas. O apelo é para que fiquem e lutem para o retorno à Igreja da Palavra, não de ideologias partidárias ou de “novos evangelhos”.

 

Não somos contrários ao exercício da política, ainda que em organizações partidárias. No entanto, esta deve ser exercida individualmente por cada cidadão, como parte do exercício de cidadania, jamais em seus púlpitos.

 

Recentemente, uma oração (com nuances de discurso político), por ocasião da celebração na Casa das Diaconisas, onde a celebração teve a sua presença também, gerou revolta entre os presentes e muitos se retiraram do culto. Muitos deles, alegam nunca mais voltar. Onde há ódio nisso? Discordar é discurso de ódio? Divulgar e alertar a base sobre os desvios da Igreja é ódio? Manifestar indignação, por não ser respeitado e ouvido, é discurso de ódio? Ver a Igreja ignorar os excessos e desobediência de alguns de seus Ministros é discurso de ódio? De onde está partindo o autoritarismo? Há quantos anos, essas pessoas vêm sendo desrespeitadas? Eu tenho a impressão clara de que cabe uma análise crítica em relação ao comportamento da IECLB.

 

Por fim, quero lembrar que o que mais lemos nas redes sociais, e que a Igreja insiste em ignorar, é: “por isso não vou mais”, “por isso, fui buscar outra denominação”, “por isso não quero mais saber de igreja”, etc. Estas são falas frequentemente ouvidas por membros (ou ex-membros).

Estamos perdendo muita gente. Uma massa silenciosa que está simplesmente saindo da IECLB. Muitos desses que estão saindo, sequer pedem a desfiliação.

 

Somos hoje (650 mil), menos do que éramos em 1970 (700 mil) , tanto em números absolutos como relativos, se comparados à população do país.

 

Na condição de Presidente da Associação Luteranos Herdeiros de Worms, uma associação que decidiu assumir o papel de trazer informação à base da Igreja e apelar para que os membros nela permaneçam e lutem para que ela volte a ter como base apenas os pilares da Reforma Luterana, aceito o seu convite ao diálogo, conforme manifestado em sua Carta Pastoral.

Tenho compromissos pessoais, que me levam a uma ausência, para viagem à Alemanha, entre os dias 20 de Setembro e 10 de Outubro, mas estou aberto à sua agenda, para conversarmos.

 

Ratifico a nossa posição de que não queremos o confronto com a IECLB. Antes, pelo contrário, queremos ser parceiros e ajudar a pensar os rumos da Igreja.

Eu e minha esposa  coordenamos o Projeto Portas Abertas, que já evangelizou mais de 10.000 pessoas, por intermédio da mensagem de Jesus Cristo, transmitida com a ajuda da nossa história, símbolos e patrimônio, conforme atesta a última publicação do Jornal O Caminho. Mas é constrangedor ouvir comentários dos visitantes sobre os fatos relatados acima.

 

Eu lhe convido à reflexão: quem não está sendo respeitado na IECLB no momento? Que vozes não estão sendo ouvidas? Quem está vendo a sua fé ser ignorada e atropelada pelas ideologias assumidas pela instituição, nos últimos anos?

 

Para finalizar, quero deixar a mensagem de que a Presidência da IECLB pode contar com os Herdeiros de Worms como aliados na luta pela busca do retorno da Igreja da Palavra, onde só Cristo é a base e nenhuma teoria humana pode ser maior do que Ele. Só Cristo salva. Nenhum outro filósofo ou teólogo humano pode fazê-lo.

Que o Senhor Deus, somente Ele, conduza os nossos passos.

 

Fraternalmente em Cristo,

 

Marcos Carneiro

Associação Luteranos Herdeiros de Worms

Presidente

Ilmª Srª

Pª Sílvia Beatrice Genz

Presidente da IECLB – Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil

Porto Alegre - RS

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